Era uma vez uma casa localizada em Ribamar, com uma vista singular sobre o Atlântico. Esta casa tinha uma imagem de “casa tradicional”, igual a tantas outras construções, desprovidas de desenho arquitectónico ou de autor. Erradamente designada por “arquitectura tradicional”, toda a construção era pejada de elementos de adorno e de decoração.
O principal objectivo da intervenção era anular esta imagem e seguir uma lógica de “menos é mais”, sobretudo no interior, sem intervir na volumetria original da construção e na sua área bruta.
No exterior, foi realizado um trabalho parcial de “limpeza” de elementos decorativos: por um lado, no alçado principal, mantiveram-se os beirados e as chaminés existentes, por outro, a tardoz, é criada uma moldura cénica que enquadra a vista e “veste” a casa de uma imagem arquitectónica contemporânea. No interior repetiu-se o mesmo exercício de “limpeza” de elementos, com especial atenção para as guardas da escada, os lambris de azulejos, bem como, as portas, os rodapés e as sancas de tectos.